terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Ah, se eu soubesse!

Antiga sede do jornal Folha de Itaboraí na rua São João.
Óleo sobre tela. Cris Rosa


Por Cris Rosa*

 Lembro-me do Sr. Odyr Barros quando, na minha infância, indo para a escola, sempre o encontrava saindo de sua casa na Rua Castelo Branco, 1444, Centro.

Alto, magro, sério e sempre com uma pasta debaixo dos braços,  lá saía o Sr. Odyr, com passos largos e firmes, provavelmente para mais um dia de trabalho, em seu jornal, para escrever /relatar as notícias as quais são histórias hoje. 

Eu, na minha simplicidade e inocência, jamais poderia imaginar que todos os dias encontrava com alguém tão importante e que representava de forma singular o jornalista não só de Itaboraí, mas de uma época, de uma população. 

Ah, se eu soubesse! 

Tive a oportunidade de vê-lo inúmeras vezes, não só na rua de sua casa, mas também em diferentes eventos, em vários locais, em desfiles, no palanque, na escola...

A Folha de Itaboraí era uma marca da cidade, as referências, as notícias, como eram direcionadas, a diagramação, a forma como era produzida me chamava a atenção, acredito que já era minha essência de artista plástica gritando no meu interior.  

Cresci, me formei e tive a oportunidade de lecionar para seus netos.

É a vida seguindo seu fluxo.

À saudosa pessoa de Sr. Odyr, gratidão por ter feito tanto pela nossa Itaboraí! 


*Cris Rosa é artista plástica. O texto é uma homenagem ao jornalista Odyr Barros  (13/3/1917 - 31/1/2004), diretor da Folha de Itaboraí, jornal fundado por Belarmino de Mattos em 24 de junho de 1948.